Discursos artísticos em torno da palavra DEMOCRACIA e dos DIREITOS HUMANOS.
Projeto de Criação apoiado pela DGArtes - Ministério da Cultura da República Portuguesa.
Bem Comum
Discursos artísticos em torno da palavra DEMOCRACIA e dos DIREITOS HUMANOS.
EXPOSIÇÃO DO PROJETO
No projeto artístico “Bem Comum” procuramos olhar para a história dos direitos humanos, propondo, em paralelo, trabalho de pesquisa, exercícios de experimentação e reflexão individual. Se, por um lado, traçamos um olhar narrativo sobre a história dos direitos humanos desde a Lei de Talião; por outro lado, pretendemos, através do jogo dramático, “ensaiar” formas de olharmos para nós próprios à procura das sementes para aquilo que construímos em conjunto: a capacidade de empatia, o valor da solidariedade, os sentimentos de respeito e de compreensão pelo outro.
Conscientes de que se trata de um tema de enorme abrangência, privilegiamos o processo artístico em várias etapas e em diferentes formatos de relação com o público. Nesse sentido, propomos:
- Oficinas de exploração criativa: “Ensaiar a Vida”;
- Peça de teatro portátil "História de um muro" (>4 anos);
- Espetáculo transdisciplinar e comunitário: “Bem Comum”, dirigido ao público geral.
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As oficinas de exploração criativa “Ensaiar a Vida” integram várias áreas artísticas (teatro, artes plásticas, arquitetura e escrita criativa) numa lógica de transdisciplinaridade. As oficinas consistem numa viagem narrativa que inclui jogos teatrais, atividades de expressão plástica e escrita criativa. O objeto-metáfora resultante do trabalho de cada participante expressa uma síntese pessoal no seu processo de entendimento e de questionamento em torno dos conceitos abordados.
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O espetáculo de teatro portátil “História de um muro” está vocacionado para públicos escolares e famílias, podendo ser realizado em escolas, bibliotecas, museus, auditórios, teatros, monumentos ou outros espaços. O texto, da autoria de Isabel Fernandes Pinto, está publicado em livro, com ilustrações de Marisa Silva.
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O espetáculo transdisciplinar “Bem Comum” é dirigido a público geral e narra a história de Rodolfo, um herói épico que procura a paz através dos tempos. O espetáculo conta com a participação dos formandos do Laboratório de Teatro com a Comunidade, realizado na Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto, entre novembro/2021 e abril/2022.
RESULTADOS QUANTITATIVOS
Entre janeiro e junho de 2022, o projeto "Bem comum - discursos artísticos em torno da palavra democracia e dos direitos humanos" obteve, quantitativamente, os seguintes resultados:
- Peça de teatro portátil "História de um muro": 656 crianças, jovens e famílias no público; 25 apresentações realizadas em 6 concelhos: Maia, Mogadouro, Arcos de Valdevez, Guarda, Vila Nova de Cerveira e Porto.
- Espetáculo transdisciplinar e comunitário "Bem Comum": 66 pessoas no público, 5 participantes amadores no espetáculo.
- Laboratório de teatro com a comunidade: 12 participantes inscritos, 25 sessões semanais, com a duração de 2h cada.
- Oficinas "Ensaiar a Vida": 249 participantes, 10 sessões realizadas em 2 concelhos: Vila Nova de Cerveira e Matosinhos.
No total, somando elementos do público com participantes nas oficinas, o projeto alcançou 971 pessoas e abrangeu 7 concelhos.
REFLEXÃO FINAL
Desde há vários anos que procuramos diversificar os caminhos de acesso ao público - dele para nós e de nós para ele - e os modos de o abordar. Faz sentido? Tudo nos indica que sim. Fez sentido, neste projeto? Indubitavelmente. Para além dos números de público e sessões realizadas, temos as palavras que ficaram. As palavras dos formandos do laboratório e participantes no espetáculo, impressas na folha de sala; as palavras, questões e conversas havidas com o público depois das apresentações de "História de um muro"; os trabalhos realizados pelos jovens que participaram nas oficinas "Ensaiar a Vida".
Se já havíamos trilhado um caminho muito atento e próximo das escolas e públicos em formação, com as nossas peças de teatro portátil, neste projeto conseguimos uma abordagem ainda mais comprometida, com a realização do "Laboratório de Teatro com a Comunidade" na ESE-PP, cujos participantes tinham todos alguma ligação com a educação (alunos de licenciatura, mestrados, investigadores, etc.), e a concretização do espetáculo "Bem Comum", no THSC, que envolveu os formandos com profissionais do teatro, música e vídeo. Curiosas são as ligações entre as três vertentes deste projeto, que já aqui referimos. O trabalho de encenação com o "coro" do espetáculo "Bem Comum" foi construído a partir da manipulação teatral que cada participante fez de folhas de papel A0, iguais às folhas que os jovens participantes nas oficinas "Ensaiar a Vida" utilizaram. Do mesmo modo, o trabalho de direção da atriz Constança Carvalho Homem, que desempenhou a personagem "Rodolfo", foi levado a cabo com os mesmos princípios de trabalho de interpretação utilizados nas peças de teatro portátil: fazendo acontecer o imaginário teatral através do corpo, da voz, do ritmo, do movimento e do olhar. Trata-se sempre de um trabalho de precisão e de profusão. Precisão em cada gesto, em cada detalhe; profusão na velocidade e abundância com que as experiências, sejam formativas ou criativas, se alimentam umas das outras, contaminando-se, interpelando-se e construindo sentido.